Durante a Oz Comic-Con de 2014, em Sydney, Daniel Simão de 17 anos foi o responsável por assustar os membros do evento enquanto usava uma fantasia de Slender Man. "Eu escolhi o personagem porque ele é alto, eu sou alto, ele é perfeito para mim", diz o recém formado. "Estou ciente do esfaqueamento na América, mas não, eu não usava a fantasia por causa do incidente ou quaisquer outros eventos sobrenaturais relacionados ao Slender".
Daniel não estava preparado para a reação à sua fantasia do Slender Man. O problema teve início quando foi forçado a deixar uma sessão de Q&A com o ator Christopher Judge de Stargate SG-1, que ele tinha visivelmente assustado com seu comportamento à espreita. "Eu e ele tivemos um pouco de diversão... Muitas pessoas estavam rindo", alega Daniel. Após deixar o Q&A ele passou a andar pelo centro de exposições onde estaria cutucando pessoas baixinhas, colocando a mão no ombro das pessoas e tirando-a rapidamente e tocando ocasionalmente no cabelo das pessoas. Ele afirmou que em nenhuma circunstância tocaria inadequadamente alguém. Eventualmente, os seguranças presentes pediram para que o rapaz fantasiado parasse de mexer com as pessoas e invadisse seu espaço pessoal. No entanto, as advertências não acabaram com seu dia.
Por cerca de 13:00, quatro ou cinco seguranças cercaram-no. Daniel disse ter considerado tal ato como uma ameaça. Após divertir-se mais um pouco com sua fantasia, um grupo de guardas escoltaram Daniel para fora do local. Mais tarde surgiram queixas sobre o comportamento considerado inadequado dos organizadores da Comic Con.
O diretor de eventos de Oz Comic-Con, Bernadette Neumann, confirmou que o participante vestido de Slender Man foi convidado a deixar o local após a gerência receber uma séria de reclamações. "Embora a gestão não testemunhe cada incidente, de fato são feitas várias denúncias indicando que não seja um problema que precisa ser tratado de imediato", disse ela. "Oz Comic Con tem uma política de tolerância zero em qualquer forma de assédio nesses eventos. Tudo o que é relatado para os funcionários de segurança é imediatamente posta em prática de maneira apropriada."
Eventualmente o caso teve repercussão na internet e outros cosplayers fizeram uso do Facebook para desabafar sobre sua perplexidade em relação ao acontecido. Enquanto alguns usuários da rede social defendiam Daniel outros afirmavam que a denúncia era justificada. "Seu traje era grande, mas a invasão de espaço dos outros participantes foi algo desagradável", escreveu um internauta. "As pessoas nem sempre se sentem confortáveis ao serem tocadas por pessoas que não conhecem e, claramente, haviam muitas pessoas que se sentiam assim."
De acordo com Patrick Hamilton da Beyond Cosplay , a discussão acalorada é parte de um debate mais amplo sobre o direito e comportamento errado em locais onde cosplayers, gostam de sair e desfrutar de seus interesses e muitas vezes figurinos chamam a atenção. Há sempre algumas maçãs podres, e smartphones e mídias sociais têm sido usadas para registrar esses casos.
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Fonte: Vice
